Sempre me intrigou muito o fato de uma revolução ter sentidos diferentes na física e na sociologia. Na primeira denota uma volta completa sobre um eixo fixo, um turno completo sobre a mesma base, a saída e volta ao ponto inicial, na ciência que busca entender e explicar a sociedade, é uma mudança completa, o que faz muita gente errar na definição de quantos graus são necessários para uma mudança (ou revolução) completa.
No novo filme de Fernando Meirelles, o 360 (uma volta completa se a unidade for graus) se refere à diversas coisas. O mais óbvio é a circularidade do filme, que começa como termina e, sem querer spoilar, fecha o ciclo no final, remetendo ao começo. Locações na Aústria, no Brasil e no Reino Unido também transformam-se em Paris, Londres, veneza, Bratislava, Denver, Phoenix e Veneza. O filme também passa por diversas situações, que se intercalam numa tentativa, fracassada na minha opinião, de mostrar a naturalidade com que as histórias das pessoas se cruzam no mundo de hoje, além da diversidade de nacionalidades e gerações.
Hopkins livre para improvisar, contando uma história em uma reunião do AA que não parece fazer muito sentido na história, como a cena introdutória do Serious Man, dos Cohen.
Um filme bom, mas longe do que Meirelles já mostrou saber fazer. Faltou mais concatenação, profundidade dos personagens principais (a de Maria Flor, de Hopkins e a de Weisz) e uma câmera um pouco mais presente. Pontos para a trilha sonora.
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