quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Economia de munição

Talvez o ataque norte-americano e israelense ao Irã seja desnecessário. É o que diz esse artigo do NYT, que diz que, se o regime do Assad cair, Israel tentará fazer com que a influência do Irã diminua ainda mais, aumentando assim seu isolamento, não bastassem as sanções da ONU (ainda que China e Rússia apoiem estas, vão contra as sanções contra o regime assassino sírio.
A Falha, reproduzida abaixo, conta do contrabando de celulares na fronteira com o Líbano.

São Paulo, quinta-feira, 09 de fevereiro de 2012

Rede contrabandeia celulares para a Síria
Também remédios e até jornalistas entram no país via território libanês, com auxílio de ONGs que apoiam oposição
Fronteira porosa com o Líbano é alvo de crescente fluxo de armas; Exército sírio reage minando a região
CAROLINA MONTENEGRO
DE SÃO PAULO
Com a restrição ao trabalho da imprensa internacional na Síria, centenas de telefones celulares estão sendo contrabandeados para ativistas de oposição no país.
Sediada nos EUA e com 10 milhões de seguidores e financiadores (na maioria, pessoas físicas), a ONG Avaaz é uma das responsáveis.
Os celulares são usados para fazer vídeos e fotos de mortes e protestos, que depois são publicados em sites como YouTube. O modelo preferido é o iPhone 4, da Apple.
"Usamos rotas de contrabando para colocar equipamentos dentro da Síria. Também já contrabandeamos 18 jornalistas para entrarem e saírem do país e reportarem sobre o que está acontecendo lá. E enviamos medicamentos no valor de US$ 1,8 milhão, a maioria para Homs", afirmou à Folha Ricken Patel, diretor da organização, sediada em Nova York.
O contrabando seria feito a partir da fronteira com o Líbano, mas, por questão de segurança, ele não revelou mais detalhes.
"Hoje, em muitos lugares da Síria ainda conseguimos entrar em contato com nossa rede de ativistas por Skype, mas em Homs eles cortaram a internet. Então, temos que nos comunicar pelos telefones de satélite", conta Patel.
São 58 monitores de direitos humanos na Síria, que registram diariamente os episódios de violência e as mortes de civis. Desde o início dos protestos no país, em março de 2011, a entidade computa 7.532 mortos nos protestos ao regime de Bashar Assad.
Cada morte precisa ser confirmada por três pessoas, incluindo um parente da vítima, para ser contabilizada.
"Quando Assad começou a repressão, ele criou um bloqueio de informações. Lançamos uma campanha para levantar fundos para comprar equipamentos e dar espaço à voz da Síria", explica Patel.
Em uma semana, a organização levantou com seus filiados US$ 600 mil para a causa síria, gastos em equipamentos. No Brasil, a Avaaz diz ter 1,5 milhão de membros on-line.
Os 58 monitores são ativistas de direitos humanos e jornalistas sírios. O grupo começou com 12 pessoas, aos moldes do que a organização já tinha feito na Líbia e no Iêmen, em escala menor.
"Pessoas de nossa rede foram presas, torturadas. Perdemos um dos nossos mais fortes ativistas, morto há alguns dias. É extraordinária a coragem dessas pessoas", afirma Patel. Segundo ele, as forças de segurança sírias têm ordens de atirar em pessoas fazendo vídeos ou tirando fotos durante protestos.
A porosa fronteira da Síria com o Líbano também tem sido alvo de crescente fluxo de contrabando de armas, segundo o jornal libanês "Daily Star". Em contrapartida, a Síria segue minando extensivamente sua fronteira.
"Com a militarização do conflito, a tendência é de aumento do fluxo de armas à Síria. Mas a Avaaz não se engaja em nada disso", diz Patel.


 

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