sábado, 28 de janeiro de 2012

Steven McCurry

Fui conferir a exposição do Steve McCurry, que está em seus últimos dias no Instituto Tomie Ohtake, em Pinheiros e fiquei impressionado. Tanta cor, tanta referência, tanta desgraça e tanta benção. A exposição começa com uma foto (ao lado) de pescadores no Sri Lanka. A escassez de informações sobre as fotos permite viajar até o local e tentar descobrir as condições da foto, o local, a condição de vida dos fotografados e o que fez McCurry para conseguir esse ângulo.


Outra foto que me chamou atenção, e fez acumular gente na frente, é a de um menino peruano, chorando e fungando, com uma camisa do homem-aranha descascada e uma pistola de brinquedo apontada para a própria cabeça. Penso que  o menino pode estar desesperado com a condição de vida que leva, fazendo com que ele teatralize para arrumar alguns trocados dos turistas.




A última foto me fez lembrar da minha própria avó, e acho que o esteriótipo de toda avó, uma mulher com a pele castigada pelo tempo, mas que mantém ao mesmo tempo experiência e inocência no belo par de olhos que possui. Fiquei por volta de dez minutos encarando-a, percebendo a vida que a foto contém, quase se movendo e encarando de volta.
Realmente excelente exposição, valeu a ida e ainda tenho muito para falar sobre o McCurry, sobre o Kodachrome e sobre o September 11th dele.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Uivo

Acabei de assistir o Howl, filme de 2010, dirigido pela dupla Rob Espstein e Jeffrey Friedman, dupla que ganhou um oscar por um documentário sobre as pessoas homenageadas em um monumento da AIDS em Washington, e estrelado por James Franco, que faz o papel de Allen Ginsberg, e John Ham, que faz o advogado desse primeiro.

O Filme não-linear e com elementos de animação, conta a história da criação do poema Howl, um dos pilares da geração beat, junto com On The Road e Naked Lunch. Cenas em preto e branco de uma entrevista gravada na casa de Ginsberg se intercalam com o jugamento do poema em uma corte de São Franscisco, acusado de obscenidade, com a narração do poema acompanhada de animações quase surrealistas e com o próprio Ginsberg declamando seu poema na Six Gallery.
O poema, que junto com os outros livros citados acima ajudou a quebrar as barreiras conservadoras e anti-comunistas do período da Guerra Fria nos EUA e o processo de caça às bruxas do McCarthismo, segue uma estrutura similar à dos versículos da Biblía, interpretado como insulto e heresia pelo setor religioso da sociedade americana. Ele narra a história da Geração Beat, os problemas que enfrentou, a necessidade de se expressar e a falta de editoras corajosas que se arriscassem a publicar o material dito subversivo criado por aquela geração.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

House of Lies

Hou$e of Lie$, série do Showtime, estreou em 2012 e já está em seu segundo episódio, é um aparente novo sucesso do canal, mas sem a festa de outras séries que se consagraram no canal, como Weeds, Mad Men e Walking Dead. A série conta a história de um grupo de consultores que fazem tudo pra se manterem necessários dentro das empresas.






Os destaques ficam por conta do protagonista e líder do grupo é Marty Kaan, interpretado por Don Cheadle, da única mulher do grupo, Jeannie Van Der Hooven, interpretada pela Kristen Bell (a Veronica Mars) e o filho de Don, Roscoe Kaan, um garoto que no primeiro episódio faz um teste para ser a Sandy do Grease e que, acredite, é apoiado pelo pai solteiro, divorciado de uma sociopata e viciada em drogas.
Um elemento da série que, apesar de não ser nenhuma inovação, são bem utilizadas: Don congela a cena durante diversos momentos para explicar algo para o espectador ou ensinar algum termo do mundo dos negócios.




domingo, 22 de janeiro de 2012

O Filho do Homem

Le fils de l'homme (1964) - Magritte, René

Le fils de l'homme é uma pintura à óleo do Magritte, um belga surrealista que buscava desafiar as precepções da realidade pré-concebidas. Dizia Magritte que "tudo que vemos esconde alguma outra coisa, nos sempre tentamos ver o que estaá escondido pelo que vemos". Também percebemos que, apesar de estar num ambiente aberto e amplo, o homem de sobretudo preto, camisa branca e gravata vermelha vê apenas uma gigantesca maçã, que também aparece em The Listening Room. Isso coloca a dúvida no tamanho real da maçã, que nos parece de um tamanho e de outro maior para o homem da pintura. Além disso, a identidade do homem não é revelada, o que tem relação com uma experiência de Magritte com o corpo de sua mãe suicida sendo içado do Sena, quando a escuridão da noite impossibilitou Magritte de ver o rosto materno.


Comparado com Dali, que era mais perfeccionista, que nos leva a observar a própria realidade como algo absurdo, surreal, Magritte levava a contestar a própria realidade como algo deformável enquanto realidade tangível e os diferentes pontos de vista e experiências alcançados no próprio mundo real.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Leitura Dinâmica

 Cansado de tanto anúncio, resolvi postar um anúncio aqui também. O curso é destinado à adultos:

Este curso aumentará a velocidade de sua leitura paulatinamente até o fim do período, quando então o aluno será obrigado a ler Os Irmãos Karamazov em 15 minutos. O método consiste em correr os olhos pela página diagonalmente e ignorar tudo, exceto pronomes. Em pouco tempo também os pronomes são eliminados. Gradualmente o aluno é encorajada a cochilar. Disseca-se uma rã, chega a primavera, as pessoas morrem e casas, e Pinkerton não volta pra casa.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Por Heron

Gil Scott-Heron tem muito dessa melancolia que nos acomete e não solta, mas que depois de um banho ou um encontro inesperado sai. Where Did The Night Go, do I'm New Here de 2010, fala do interminável momento de acordar quando não há nenhum motivo para isso.
 
"Para onde é que a noite foi?
Deveria voltar a dormir
e que se foda dinheiro e emprego.
Porque eu gastei tudo em papel sem linha e não consigo superar"

 

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Flip video

A Flip video tinha tudo pra ser a câmera de video que a apple desejaria ter desenhado: pequena, poucos botões e amigável. Criada pela Pure Digital Technologies em 2006, empresa comprada pela Cisco em 2009, que resolveu descontinuar a linha, extinguindo-a em 2011 e deixando os fãs da marca orfãos, mas com suporte técnico até dezembro de 2013.

A Flip tem as variantes MinoHD, UltraHD e SlideHD, que tem em comum a entrada USB integrada e a tela para acompanhar o que está sendo gravado e depois assistir. O modelo mais clássico é o UltraHD de 8Gb, que grava duas horas em HD com estabilização de imagem, o suficiente para qualquer show ou almoço que queira registrar. Em caso de um festival, acho interessante levar um netbook com espaço para guardar depois de filmar, já que o limite de duas horas costuma ser excedido por qualquer festival.


Na internet encontrei de trezentos a quinhentos reais, um ótimo negócio pra quem usa câmera e filma shows, principalmente, além de acessórios como estojos para filmar embaixo d'água e uma Bower VLMWF 0.45x Wide Angle magnética. Queria agradecer quem filma shows e festivais, esse post é pra vocês e pra Flip, que já deve ter filmado muito show por aí.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Oceano e Criador

Um escreveu música pra Beyoncé, gravou com Kanye e Jay-Z e é aposta de muitos no Coachella 2012. O outro gosta de garotas e de drogas brancas, é um paradoxo ambulante e fez seu debut no Jimmy Fallon com o apadrinhamento do Yasiin Bey (novo vulgo do Mos Def).
Além de serem membros do OFWGKTA, os dois tem em comum a promessa de ficarem em maior evidência em 2012. Tyler ganhou melhor revelação de 2011 da MTV, Ocean ganhou um segundo lugar como som do ano pela BBC. Depois do relativo sucesso da mixtape Nostalgia, Ultra, o álbum de Frank Ocean sai esse ano pela Def Jam. Tyler promete o aguardado Wolf para 2012.



Na música de quase cinco minutos, a crônica de um ex-namorado psicótico que se declara:
I just wanna talk, and conversate
Cause I usually just stalk you and masturbate.



Meças profissionais.

Não vou inovar não começando um blog em janeiro sem colocar minhas previsões ou, como gostam de chamar, resoluções, de começo de ano. Prefiro o primeiro por fazer parecer que tenho algum controle sobre a minha vida. Esse ano, então, eu quero:

- Comprar uma bike;
- Viajar para a Ásia ou África;
- Bater mais fotos;
- Arrumar uma estante para livros;
- Dar uma arrumada em casa para que fique mais a minha cara;
- Couchsurfear alguém;
- Voltar a reciclar lixo;
- Mais vegetal, menos animal;
- Ser mais sério
- Um livro por semana;
- Artista Urbano de final de semana.

Dessa lista, já li a biografia do Da Vinci, da Sophie Chauveau, já arrumei uma impressora para montar os silks e arrumei uma bike shop perto de casa, falta só arrumar o tempo.
Essa lista saiu de um email trocado, e o blog é roubado da lista amiga.